terça-feira, 31 de maio de 2011

Alerta: Preconceito na primeira infância



     Quando assistimos a esse vídeo, a primeira pergunta que vem a cabeça é: Onde diabos essas crianças aprenderam isso tão novas? Como, no ano de 2011, essa nova geração que já é dita por nós como uma geração mais leve, com menos preconceito, mais globalizada e melhor informada. Pode estar produzindo crianças com esse alto padrão de censura?
De programas contra o racismo, A cotas para negros, o Brasil é provavelmente um país que já vai longe em “políticas preventivas”. Hoje já chegamos ao patamar de começar a compreender os direitos dos homossexuais, (pelo menos legislatívamente). Homoafetivos, afrodescendentes, diversos cultos ou culturas radicais, cada vez mais falamos sobre liberdade e diversidade enquanto o que plantamos diariamente pelos veículos de mídia é a massificação de uma sociedade. A massificação etiquetada e enquadrada dentro de nossos “padrões de qualidade”. O problema é, provavelmente nem 20% da população mundial tem condições genéticas de executar essa ação de forma bem sucedida. Ou pior, podemos usar essa mesma porcentagem para falar sobre a impossibilidade de adquirir meios de chegar próximo a isso, seja por questões genéticas, econômicas, de clima ou meio. Hoje vivemos em um paradoxo em nossa sociedade que prega sustentabilidade e luxo, um padrão estético fixo e liberdade estética, uma  veracidade única científica as informações e a liberdade crítica e de expressão, o sonho da aquisição dos bens de consumo e uma porcentagem de 90% da população abaixo da linha da atividade de circulação do capital financeiro anual.
     Enquanto isso, nossas crianças crescem, sejam elas brancas, negras, magras, gordas, altas, baixas, pobres, muito pobres, mais ou menos pobres, e daí por fim ricas. Sociedade de valores, é bonito porém já está em tempo de nos perguntarmos a qual sociedade cabe esses valores? A quem eles pertencem, ou até quem tem ou não a POSSIBILIDADE de se sentir pertencente a eles.  De volta ao vídeo utilizado para a chamada deste post, volto a me perguntar quando será que elas aprenderam isso? Mas o mais importante, onde? Com quem?
O que mais assusta é o fato de essas informações já estarem interiorizadas antes mesmo do ABC, do 1 2 3 4 5... Ou seja, do valor atribuído a elas, que tipo de informação estamos deixando ao alcance de crianças tão pequenas a ponto de subjetivarmos elas com isso antes mesmo de elas saírem dos núcleos de suas famílias para vivenciarem em sociedade. Que carga já levam essas crianças? No meio dessa “overdose” de informação do mundo atual, da tendência individualista a qual o mundo vem optando, da até medo em pensar sobre qual será o lugar ao qual pertencerão essas crianças na vida adulta. Qual “corrente” desse paradoxo de paradoxos elas reproduzirão, ou produzirão.



SATIRIZAR TAMBÉM É QUESTIONAR...




 

2 comentários:

  1. Nossa crianças que nem sabem ler julgando alguém por cor, que aliás é a mesma delas. Será que influenciamos isso?

    ResponderExcluir
  2. Influenciamos muito mesmo. Negros são desvalorizados e eles mesmo, possivelmente como os pais dessas crianças, não se dão valor.

    ResponderExcluir