terça-feira, 31 de maio de 2011

Consciência social individual: um exemplo de consciência para todos nós

Pedagogia Waldorf: Um jeito de pensar um ser humano mais integral



    O interessante dessa pedagogia é o fato de ela lidar com a criança de uma maneira mais integralizada, tanto em sua subjetividade quanto em sua relação com o mundo. Conhecimentos sobre marcenaria (construção, habilidades motoras, idealização de processos), botânica( sustentabilidade, eco desenvolvimento.), arte( desenvolvimento da singularidade, etc.). Num país como o nosso, com questões sociais tão gritantes, vale apena se apostar no desenvolvimento da sensibilidade que vem principalmente dos primeiros anos da formação, e na construção desde a infância da ideia de que o que se aprende na escola faz sim, parte da vida.



Para saber mais:

http://www.youtube.com/watch?v=I7UURyGgxOs –pedagogia waldorf (um atendimento mais integral aos anos iniciais)

Tá ROLANDO NA PUCRS!

    Exposição com fotos e mensagens sobre a ditadura no térreo da biblioteca central da PUCRS.Fala dos movimentos estudantis, prisões, a força da consciência social política de uma nação que não se fez calar.
    “onde foi parar essa noção do próximo que supostamente já foi internalizada pela sociedade brasileira desde o fim da ditadura???”
    “que fim demos aos idealismos, as informações, as noções de união e a consciência de sermos todos pertencentes a um mesmo Brasil. Esse Brasil de diretos a todos, direitos básicos, saúde, saneamento básico, educação, cultura, liberdade, de tudo que um povo, uma juventude lutou para conquistar e reconquistar. Em meio a ditadura jovens eram mais circulação de informação do que hoje em dia. Embora hoje em dia a internet  e suas redes nos tragam maior circulação, vale a pena se questionar sobre como estamos utilizando esses meios de acesso direto a globalização, ou seja, como estamos usando esse acesso ao mundo. A questão é:” Para que então estamos usando essas redes?”
    “Para que então estabelecemos uma conexão com o mundo, se na realidade não estabelecemos uma relação com ele, Mao queremos saber dele.”

    A luta dos movimentos estudantis nos levou a grandes passos no país. Hoje com o desenvolvimento tecnológico, depois de um período de ditadura, com um clima atual de caos civil e urbano, político, econômico e social, a sociedade brasileira perde com o tempo a consciência de sua voz ativa e de senso crítico, que pede mudanças. Escândalos políticos como o atual caso Palocci são demonstrações de notícias que passam bombardeando nossas capas de jornais por semanas inteiras, acompanhamos o início o meio e o “cair por terra” do caso sem nem pedir maiores explicações. Sites que já denunciam informações sigilosas governamentais, escândalos políticos, escândalos de empresas privadas, catástrofes “humano-ambientais” (termo que vem sendo empregado por muitos ambientalistas nas redes)... Onde está a consciência social que por menos do que um mensalão se dispôs a derrubada de uma ditadura militar a menos de 30 anos, a derrubada de um presidente em 1992, o que quer dizer menos de 20 anos atrás? Que tipo de sociedade estamos nos tornando, que tipo de sujeitos estamos nos transformando. Dentro dessa movimentação rumo a uma sociedade de valores individualistas que estamos trilhando, a não ser que seja diretamente conosco, a não ser que os problemas sociais do mundo batam a nossa porta, agimos como se eles não existisse. A final, aos problemas que batem em nossa porta todos os dias, sejam eles quais forem, mesmo que sejam muito mais simples do que o problema da pobreza extrema no país parece ocupar nossas cabeças por horas e com certeza ser merecedor de uma resolução imediata. Até mesmo se esse problema for não estar com o carro do ano, ou não dar ao seu filho o que ele pede naquele instante, ou que aquele dinheiro extra virá só no mês que vem, ou que quebrou alguma coisa, ou que...

    Confira uns vídeos. Reflita. Inspire-se.Mude.

http://www.youtube.com/watch?v=Ir_fS36_DfE&feature=related – pra não dizer que não falei das flores

Alerta: Preconceito na primeira infância



     Quando assistimos a esse vídeo, a primeira pergunta que vem a cabeça é: Onde diabos essas crianças aprenderam isso tão novas? Como, no ano de 2011, essa nova geração que já é dita por nós como uma geração mais leve, com menos preconceito, mais globalizada e melhor informada. Pode estar produzindo crianças com esse alto padrão de censura?
De programas contra o racismo, A cotas para negros, o Brasil é provavelmente um país que já vai longe em “políticas preventivas”. Hoje já chegamos ao patamar de começar a compreender os direitos dos homossexuais, (pelo menos legislatívamente). Homoafetivos, afrodescendentes, diversos cultos ou culturas radicais, cada vez mais falamos sobre liberdade e diversidade enquanto o que plantamos diariamente pelos veículos de mídia é a massificação de uma sociedade. A massificação etiquetada e enquadrada dentro de nossos “padrões de qualidade”. O problema é, provavelmente nem 20% da população mundial tem condições genéticas de executar essa ação de forma bem sucedida. Ou pior, podemos usar essa mesma porcentagem para falar sobre a impossibilidade de adquirir meios de chegar próximo a isso, seja por questões genéticas, econômicas, de clima ou meio. Hoje vivemos em um paradoxo em nossa sociedade que prega sustentabilidade e luxo, um padrão estético fixo e liberdade estética, uma  veracidade única científica as informações e a liberdade crítica e de expressão, o sonho da aquisição dos bens de consumo e uma porcentagem de 90% da população abaixo da linha da atividade de circulação do capital financeiro anual.
     Enquanto isso, nossas crianças crescem, sejam elas brancas, negras, magras, gordas, altas, baixas, pobres, muito pobres, mais ou menos pobres, e daí por fim ricas. Sociedade de valores, é bonito porém já está em tempo de nos perguntarmos a qual sociedade cabe esses valores? A quem eles pertencem, ou até quem tem ou não a POSSIBILIDADE de se sentir pertencente a eles.  De volta ao vídeo utilizado para a chamada deste post, volto a me perguntar quando será que elas aprenderam isso? Mas o mais importante, onde? Com quem?
O que mais assusta é o fato de essas informações já estarem interiorizadas antes mesmo do ABC, do 1 2 3 4 5... Ou seja, do valor atribuído a elas, que tipo de informação estamos deixando ao alcance de crianças tão pequenas a ponto de subjetivarmos elas com isso antes mesmo de elas saírem dos núcleos de suas famílias para vivenciarem em sociedade. Que carga já levam essas crianças? No meio dessa “overdose” de informação do mundo atual, da tendência individualista a qual o mundo vem optando, da até medo em pensar sobre qual será o lugar ao qual pertencerão essas crianças na vida adulta. Qual “corrente” desse paradoxo de paradoxos elas reproduzirão, ou produzirão.



SATIRIZAR TAMBÉM É QUESTIONAR...




 

domingo, 29 de maio de 2011

     A partir desta charge podemos observar a completa alienação de uma senhora aparentemente social e economicamente favorecida. A alienação se apresenta em relação à realidade que enfrentam os garotos de rua.
     Por outro lado temos um menino não valorizado pela nossa sociedade, mas com grande consciência do que ele é e do que representa no contexto social em está inserido. Infelizmente essa charge condiz somente em partes com nossa realidade; as observações realistas são da sociedade alienada que neste caso é representada pela senhora de salto alto e vestido; mas nossa realidade não é como a do menino ilustrado, no Brasil, os moradores de rua são excluídos pela maioria de nós e pelo poder público.

sábado, 28 de maio de 2011

Reportagem

Remédio fracionado: uma questão de responsabilidade social da indústria


Ethos e Proteste coletam assinaturas em petição on-line pela aprovação de projeto de lei que torna obrigatório o fracionamento de medicamentos. 
Você já pensou em quanto dinheiro jogou fora, literalmente, por comprar remédios em quantidades maiores do que a sua necessidade? É mais ou menos 20% do que você gastou. Isto é, de cada R$ 100 reais pagos por uma pessoa na compra de remédios, R$ 20 são desperdiçados. 

Se levarmos em consideração que o faturamento da indústria farmacêutica, até outubro deste ano, foi de R$ 36,7 bilhões, temos quase R$ 8 bilhões que o consumidor pagou para jogar fora, somente nesse período. Dá quase um orçamento do Bolsa Família, que em 2010 ficou em torno de R$ 11 bilhões.
 

Os remédios a mais não fazem estragos apenas no bolso do consumidor. Guardados em casa, podem ser consumidos de maneira errada, causando intoxicações graves e até mortes. Quando descartados, os medicamentos acabam no lixão, contaminando ainda mais o solo e a água. Quando comprados em quantidade menor do que a prescrição médica, por falta de dinheiro – realidade comum a milhões de brasileiros –, contribui ainda para que bactérias e vírus se tornem mais resistentes, com riscos para a saúde pública.
 

Desperdício de recursos, aumento dos riscos de intoxicação e do surgimento de superbactérias e poluição ambiental. Estes são alguns problemas que poderiam ser resolvidos se a indústria farmacêutica e seus canais de distribuição adotassem o medicamento fracionado voluntariamente, como prevê o Decreto nº. 5348, de 2005.
 

Remédio fracionado é aquele disponível ao consumidor na quantidade exata prescrita pelo médico. A prática já existe em alguns países, como Espanha, França, Bélgica, Portugal e Estados Unidos.
 

O crescimento da indústria de remédios no Brasil tem sido superior a dois dígitos há quase uma década. Em termos mundiais, só perde para a China. E, embora depois do decreto citado, 15 empresas tenham se credenciado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir os 175 medicamentos listados pelo órgão como passíveis de fracionamento, esses remédios não são encontrados nas farmácias do país. Em pesquisa realizada pela ONG ProTeste em 49 farmácias de cinco capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Florianópolis e Brasília –, não foi encontrado nenhum dos 175 remédios autorizados pela Anvisa à disposição do consumidor.
 

Por que fabricantes e farmácias não conseguem pôr em prática uma ação que já é corriqueira em vários países, alguns deles sedes desses mesmos fabricantes?
 

Os empresários de farmácias alegam que os custos e a burocracia exigida pela lei para instituir o medicamento fracionado são os maiores impeditivos. A indústria, por sua vez, justifica com a falta de demanda o fato de a produção dos 175 remédios liberados pela Anvisa ser quase zero.
 

Estamos, então, num círculo vicioso, sem saída? Não, absolutamente não. Se fosse impossível adotar o fracionamento, a prática não seria instituída em outros países e com sucesso. Então, por que no Brasil ainda gastamos mais do que precisamos com remédios?
 

A razão disso é a falta de vontade política do Estado e dos agentes econômicos. E, acima de tudo, a falta de consciência da sociedade de que remédio fracionado não é uma nova "moda", e sim um direito e uma questão de saúde pública.
 

A presidenta Dilma Rousseff destacou em seu primeiro pronunciamento à nação que melhorar a saúde pública será uma das prioridades de seu governo. Remédio fracionado deve fazer parte do rol de melhorias. A sociedade brasileira, no entanto, pode dar o empurrãozinho que falta para o tema entrar de vez na pauta.
 

Há um projeto de lei tramitando na Câmara Federal, o de nº. 7029, de 2006, que obriga a venda de medicamentos fracionados. O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, depois de ter sofrido diversas alterações em relação à proposta original. Foi mantida a obrigatoriedade do fracionamento, mas, em vez de seis meses, dá prazo de 24 meses para a indústria se adaptar, e exige a presença de um farmacêutico para a venda desses medicamentos.
 

O Instituto Ethos é parceiro da ProTeste para coletar assinaturas em uma petição
 on-line em favor da aprovação do Projeto de Lei nº 7.029, de 2006. A adesão pode ser feita pela página Remédios Fracionados: Exija Seu Direito, no site da ProTeste. 

Aliás, no próximo dia 10 de novembro, também no site da ProTeste, haverá um
 chat, das 14h00 às 15h00, para debater a campanha. 

É preciso conscientizar a sociedade, a indústria, os profissionais da saúde e as farmácias de que o medicamento fracionado é bom não apenas para a saúde, mas também para a economia e para o meio ambiente.
 
O fracionamento de medicamentos no mundo 

Em
 Portugal, houve redimensionamento das embalagens de certos medicamentos para patologias em que era possível definir uma duração padrão para o tratamento, como é o caso, por exemplo, dos antibióticos. Hoje a maioria dos antibióticos são vendidos em embalagens adaptadas para uma ou duas semanas de tratamento, evitando-se dessa forma os desperdícios. Lei recente que institui o fracionamento nos moldes brasileiros também teve poucos resultados práticos, após período experimental. 

Na
 França, Bélgica, Itália e Espanha, não há fracionamento como o previsto no Brasil, segundo especialistas consultados, mas as embalagens contêm, em geral, quantidades adequadas ao tratamento prescrito, como em Portugal. 

Nos
 Estados Unidos, Reino Unido e Holanda, a venda fracionada é condicionada à quantidade prescrita na receita, que não pode ser reaproveitada em nova compra. Em caso de prolongamento do tratamento, o paciente deve apresentar nova receita médica, com a dose exata necessária. 
Por Cristina Spera (Instituto Ethos)

Fonte: Intituto ETHOS – de empresa e responsabilidade social. Endereço na internet: http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/4800/servicos_do_portal/noticias/itens
/remedio_fracionado_uma_questao_de_responsabilidade_social_da_industria_.asp


     É impressionante como a Alienação está presente em cada um de nós, e como temos que cada vez mais tentar nos conscientizar dos problemas sociais que estão a nossa volta.
     Quem aqui não faz uso de algum tipo de remédio? Pois é, e mesmo assim, fazendo uso destes produtos, poucos se deram conta de que sempre há um excesso na compra de remédios, ou até mesmo aqueles que se deram conta, poucos fizeram para saber o porquê e como evitar que isso aconteça.
     Como a própria reportagem mostra, há inúmeros problemas causados por este excesso de remédios que compramos e que não utilizamos, que muitas vezes vencem o seu prazo de validade e não temos mais como utilizá-los, então colocamos no lixo e ele acaba contaminando o solo, e também se guardado em casa, por o consumidor não saber como proceder com aquele remédio, pode causar intoxicações pelo seu mal uso, por crianças, idosos...  Enfim, utilizados de maneira incorreta e sem prescrições médicas. Além do excesso a reportagem conta também o caso de cidadãos que não tem condições para comprar a quantidade certa indicada pelo médico, e então deixa de fazer o tratamento correto, acarretando a maior proliferação e maior resistência de vírus e bactérias.
     Mas, felizmente, há pessoas que tem  maior conscientização social e abordaram esse tema, arregaçaram as mangas e procuram uma maneira de disseminar este conhecimento e então fazer com que mais pessoas se conscientizassem e apoiassem esta campanha de recolher assinaturas para a aprovação do projeto de lei que fala sobre a obrigatoriedade da venda de medicamentos fracionados do Brasil.
     Mostrando então que lutar pelos nossos direitos está cada vez mais ao alcance de nossas mãos. Que basta nos esforçarmos para não nos “alienados” diante das notícias e o que está acontecendo ao nosso redor, parar de esperar que alguém faça por nós. Afinal, tudo que influencia ou atinge as pessoas e as coisas que fazem parte da nossa sociedade, nos influencia e nos atinge também, pois todos nós fazemos parte desta sociedade. Todos nós temos direitos e deveres perante a ela. Paremos então de pensar que o que ocorre com o outro é apenas problema do outro, e sim tratemos como um problema da gente também. Afinal, mais cedo ou mais tarde esses problemas podem estar atingindo a nós mesmos.

Conciência Social e Alienação: A ideologia no nivel individual

     Segundo Lane(1984) o sujeito é constituído a partir das relações sociais estabelecidas no meio sócio-cultural ao qual pertence. Um aspecto que evidencia a complexidade do sujeito é o caráter, ao tempo, ativo e passivo desse sujeito. Somos, e precisamos ser, passivos e ativos em nossas relações e no nosso processo de constituição enquanto sujeitos. Ao mesmo tempo em que somos atingidos(ás vezes, invadidos) pelos aspectos pertencentes ao meio, também influenciamos esse meio através de nosso modo de pensar e agir. Somos, então, determinados pelo mundo ao qual pertencemos e também determinamos esse mundo através de nossas ações.
     No entanto, apesar desse padrão ser comum a todos os sujeitos, existe uma especificidade nesse processo que fará toda a diferença: o "como" se manifesta o caráter ativo do sujeito. Esse ponto que demarca o limite entre consciência e alienação. Caráter ativo não significa obrigatoriamente romper, questionar, transformar(embora também possa ser). O caráter ativo do sujeito, muitas vezes, se expressa através da reprodução do que, passivamente, ele já havia adquirido através de sua relação com o meio. Ele influencia ativamente seu meio, porém, através de sua manutenção e sua perpetuação. Esse padrão indica um nível de alienação presente no sujeito, no qual não se percebe como apto a transformar seu mundo. Por outro lado, o sujeito, após ser determinado pelo meio externo pode reelaborar, questionar, modificar os padrões que "introjetou" e devolve-los ao meio de uma forma diferente da qual recebeu, o que acarreta em uma transformação do mundo, e não apenas reprodução do mesmo. Esse processo indica a manifestação da consciência expressa por esse sujeito, através da qual ele realmente se apropria do que o meio lhe apresenta, interpreta, reelabora e devolve ao meio de outra forma, gerando uma significativa mudança nesse meio.